A Folha e a 'expressão alheia' no TikTok
Num passe - mais um - de naturalização da extrema-direita e seus subprodutos, o combate à misoginia e à violência psicológica virou, na Folha, tentativa de silenciar "forças oposicionistas".

Em editorial publicado neste domingo, 18, a Folha de S.Paulo afirma que o “governo Lula gostaria de censurar TikTok e outras redes”. Trata-se de repetição com adaptação da velha - e infundada - ladainha de que regulação da mídia significa ataque à liberdade de expressão, acusação tão repisada pela imprensa corporativa ao longo dos governos do PT.
Segundo a Folha, o governo brasileiro não pode abrir diálogo com o Estado chinês, que tem participação e influência no TikTok, sobre a atuação da empresa no Brasil, porque isso seria “conclamar representante de ditadura para dar lições sobre controle de redes sociais”.
Porque, claro, só quem pode ter assunto com “uma das mais repressivas ditaduras do planeta” é o agronegócio; são insuspeitos latifundiários goianos e sul-mato-grossenses exportadores de soja, milho, açúcar e celulose.
Ou o PagBank, que desde 2020 tem uma parceria com o TikTok que permite àqueles que fazem dinheiro com vídeos na plataforma chinesa (e sabemos bem quem são) transferirem seus ganhos para a “conta rendeira” do banco digital do Grupo UOL, subsidiária do Grupo Folha.
Já o governo de um país não pode atuar contra os perfis misóginos que proliferam no TikTok e contra quem desafia crianças e adolescentes a se mutilarem na frente de webcams. Porque isso, para a Folha, seria o governo desse país tentando silenciar “forças oposicionistas”.
“Censura, pois é disso que se trata”, diz a Folha, num passe - mais um - de naturalização da extrema-direita e seus subprodutos. Na Folha, violência contra a mulher e violência psicológica, pois é disso que se trata, viraram legítima “expressão alheia”.
Tem um "patriotario" por aqui que fala muito em "ditadura da toga"
Melhor ela do que o os anos 64...
Mais um texto "na mosca"!