Ainda sobre o Putsch da Chapelaria e uma correção
Líder do motim na Câmara e deputado que não queria sair da cadeira de Hugo Motta tentam arrastar uma deputada do PT junto com eles para possível punição. Neste sábado, mais cedo, Come Ananás errou.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, enviou à Corregedoria da Casa os pedidos de afastamento de 14 deputados federais - 11 deputados e três deputadas - que participaram nesta semana de nada mais, nada menos que o fechamento à força do Congresso Nacional.
Neste sábado, 9, mais cedo, Come Ananás afirmou equivocadamente que Hugo Motta também tinha encaminhado à Corregedoria uma representação contra uma deputada do PT, Camila Jara (MS), que nada teve a ver com o Putsch da Chapelaria, mas que os golpistas tentam arrastar junto com eles para possível punição. A representação contra Camila, na verdade, não foi enviada pela presidência à Corregedoria, ao contrário das representações contra os 14 golpistas, despachadas por Motta em atos oficiais publicados na mais recente edição do Diário da Câmara.
A Folha informa que “na noite desta sexta, a assessoria da presidência afirmou que o caso de Jara não foi enviado pela Mesa porque o PL já havia enviado diretamente à corregedoria”.
Os 11 deputados golpistas denunciados são Marcos Pollon (PL-MS), Zé Trovão (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP), Marcel van Hattem (Novo-RS), Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), Nikolas Ferreira (PL-MG), Zucco (PL-RS), Allan Garcês (PP-MA), Marco Feliciano (PL-SP), Domingos Sávio (PL-MG) e Carlos Jordy (PL-RJ). As três deputadas da lista são Caroline de Toni (PL-SC), Bia Kicis (PL-DF) e Julia Zanatta (PL-SC), a “feminista de fuzil” que usou a própria filha, um bebê de colo, como escudo humano no sequestro do plenário da Câmara.
As representações contra eles e elas encaminhadas por Hugo Motta à Corregedoria foram feitas pelos deputados Lindbergh Farias (PT-RJ), João Daniel (PT-SE), Reimont (PT-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Talíria Petrone (PSOL-RJ), Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Pedro Campos (PSB-PE).
Quanto a Camila Jara, ela é uma das poucas, dos pouquíssimos deputados federais progressistas do Centro-Oeste sojeiro-pecuário. O pretexto para o pedido de suspensão de Camila é que ela teria jogado no chão o enfant terrible do fascismo brasileiro, Nikolas Ferreira (PL-MG), nos acotovelamentos do fim do sequestro. Camila tem 1,60m de altura, 49 quilos e é recém-operada de um câncer na tireoide. Quem testemunha a respeito do empurrão é o próprio Nikolas, campeão nacional, se não mundial, de fake news.
E sabe quem são os dois deputados que assinam a representação contra Camila Jara por quebra de decoro parlamentar, “por agredir fisicamente o Deputado Nikolas Ferreira”, por Camila “promover um verdadeiro espetáculo que não traz qualquer imagem positiva à instituição”, pela suspensão de Camila “para evitar que cenas como essa virem comuns na Câmara dos Deputados”, conforme consta no ofício encaminhado diretamente ao deputado Diego Coronel (PSD-BA), corregedor da Câmara?
São estes: Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara e führer do Putsch da Chapelaria, e o líder do Novo, Marcel van Hattem, que grudou suas batavas nalgas na cadeira de Hugo Motta e dali não queria levantar.