Carmen Lúcia, Dino, Moraes e Zanin como a cauda de um cometa
A humilhação do traidor da Pátria veio pelos votos-diálogos de Carmen Lucia e Zanin com seus pares de verdade. É como se dissessem a Fux, com a ironia de Flávio Dino: “MAGA como um dia após o outro".
Por um átimo, na verdade por alguns minutos, parecia que os ministros de verdade da Primeira Turma do STF poderiam não estar à altura do grave momento histórico, agravado ainda mais nas últimas horas. Afinal, data venia, somos escaldados com a egrégia corte.
Carmen Lúcia iniciou seu voto algo normalmente, uma alfinetada aqui, outra ali, como se pudesse passar impune, anistiado, o ato de traição à Pátria cometido na véspera pelo não-sancionado por Trump, aquele que covarde e criminosamente expôs seus pares e o Brasil à agressão estrangeira.
Na verdade, eles fingiam ter paciência.
De repente, o ministro Flavio Dino pede um aparte. O ministro Alexandre de Moraes pede outro. O ministro Zanin pede um terceiro. Todos dialogando com Carmen Lúcia e fazendo a tosa do guaxinim. Em coisa de 15 minutos, destruíram 13 horas de voto do monologista do dia anterior.
A humilhação do traidor da Pátria veio pelos votos-diálogos de Carmen Lúcia e Cristiano Zanin com seus pares de verdade. É como se dissessem a In Fux We Trust e seus comparsas, com o decano Gilmar Mendes na primeira fileira do plenário e com a ironia cortante de Dino Debochado: “MAGA como um dia após o outro”.
A cereja, a feitura em mil pedaços do lutador de jiu-jitsu que condenou o ajudante de ordens mas absolveu o ordenador, foi quando Moraes, exibindo vídeo de Bolsonaro dizendo que não mais reconheceria decisões judiciais, desceu a espada da velha senhora Justitia: “aqui não está Mauro Cid presidente”.
Ou talvez quando Flávio Dino despejou o problema do bovídeo esquartejado diante daquele que esquartejou o todo golpista para minimizar o potencial de cada parte para abolir o Estado Democrático de Direito. “Você fatia o boi em bifes — disse Dino — e pergunta: ‘você é um boi? então muge!’”.
São fenômenos raros, tipo a cauda de um cometa no céu, mas nesta quinta-feira, 11, o Brasil vai dormir sob o céu de setembro com golpistas condenados e orgulhoso, muito orgulhoso do seu Supremo Tribunal Federal.