Dez anos sem Leandro Konder, e os tempos mudaram
Konder alertou que os fascistas seguiam trabalhando infatigavelmente. Mais prudentes, mais discretos, mas "preparando-se para tempos melhores", que lhes permitissem "maior desenvoltura".
Nesta terça-feira, 12, completam-se 10 anos da morte do filósofo marxista Leandro Konder, um dos mais brilhantes intelectuais que este país já produziu. Guardo não como troféu, mas amuleto, um exemplar de “A questão da ideologia” no qual o Konder deixou, com caneta azul e letra miudinha, de menino, “meu abraço de companheiro pra você” - pra mim!
Mas é de outro livro de Leandro Konder que quero falar nestes 10 anos de sua morte: “Introdução ao fascismo”, escrito em 1977.
Não vamos aqui cometer o clichê do “mais atual do que nunca”, mas vamos reproduzir um trecho do último capítulo do livro, no qual Konder alertava, na época, que o capital monopolista se recusava a deixar o fascismo morrer, porque precisava dele: “dá-lhe injeções, reanima-o, sugere-lhe sucedâneos para os alimentos que lhe faltam, guerras ‘localizadas’, guerras ‘intestinas’, ‘agressões internas’, etc. Se não é possível vendê-lo por atacado, tenta-se vendê-lo no varejo, a prestações”.
Diz Leandro Konder, nos parágrafos derr…
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