Estadão: uma mãe para o golpismo
Sobre um certo pequeno detalhe - sobre os cálculos da direita brasileira seguirem incluindo o “aceno” para o golpismo -, o Estadão diz que é “indesejável mas, vá lá, compreensível”.
O Estadão publica neste domingo, 11, Dia das Mães, editorial no qual saúda como “uma luz à direita” a “iniciativa” dada à luz por Michel Temer para “redefinir a direita brasileira sem Bolsonaro”
Mas com bolsonarismo. Ou seja: com golpismo.
(O que, aliás, está digamos que implícito em qualquer “iniciativa” - também conhecida como “grande acordo nacional, com o Supremo, tudo” - da parte de Michel Temer).
“Uma direita adequada aos novos tempos, democrática, republicana, moderada, qualificada e liberal”, diz o jornal.
Uma direita “sem Bolsonaro” nas urnas, mas “com Bolsonaro” em tudo mais, fora os arrotos.
Referindo-se a eventual candidatura de Tarcísio de Freitas à Presidência da República, o Estadão diz que “afastar-se do ex-presidente o inviabilizaria entre os mais fiéis do bolsonarismo”.
Tarcísio, então, pobre homem justo, “equilibrou-se até aqui entre a enfática defesa do ex-presidente liberticida e a condição de moderado e democrata”.
“Candidato ou não em 2026, ele sabe que a direita precisará acenar para Bolsonaro”, diz ainda o Estadão.
Sobre este pequeno detalhe - sobre os cálculos da direita brasileira seguirem incluindo o “aceno” para o golpismo -, o Estadão diz que é “indesejável mas, vá lá, compreensível”.
Nunca foi, de fato, para certa imprensa, uma escolha muito difícil entre Democracia e golpismo. Mas parece que foi-se o tempo em que certa imprensa pelo menos se sentia constrangida às declarações dos melhores princípios e intenções.
Agora, o golpismo virou “indesejável mas, vá lá, compreensível”, tipo um sonoro arroto pós-galeto, farofa e Coca-Cola no almoço de Dia das Mães.