Make Tariffs Great Again: veja o que os Bolsonaro e os bolsonaristas conseguiram destruir
Nem boi, nem soja. Mais de 3/4 do que o Brasil vendeu para o Tio Sam em 2024 foi em bens de consumo e produção, consolidando os EUA como principal destino das exportações industriais brasileiras.
As exportações do Brasil para os EUA bateram recorde em 2024, chegando a US$ 40,3 bilhões, um crescimento de 9,2% em relação a 2023 e de US$ 2,9 bilhões na comparação com o recorde anterior.
O Brasil também registrou no segundo ano do governo Lula III o menor déficit comercial com os EUA em uma década, de US$ 253,3 milhões, e só não registrou superávit por motivo de mudanças climáticas: a importação de gás natural estadunidense representou mais da metade do aumento de 6,9% das importações brasileiras provenientes dos EUA em 2024, isso por causa da redução dos níveis dos reservatórios das hidrelétricas brasileiras causada pela estiagem severa do ano passado.
O agronegócio, rebranding do latifúndio monocultor-exportador, respondeu por apenas 5,7% do total de vendas brasileiras para os EUA em 2024 (o “agro” brasileiro exporta menos para os EUA do que para a Espanha ou o Vietnã). A chamada indústria extrativista, basicamente celulose e petróleo, foi responsável por 15,4% das exportações para o Tio Sam. Mais de 3/4 do que o Brasil vendeu para os EUA no ano passado - 78,3% - foi produzido pela indústria de transformação.
Ora viva! Habemus burguesia!
As exportações industriais brasileiras para os EUA atingiram US$ 31,6 bilhões em 2024, um crescimento de 5,8% em relação a 2023 e também um recorde. O resultado consolida os EUA como o principal destino da indústria brasileira (17,4%), à frente da União Europeia e do Mercosul.
Todos esses dados estão em um relatório da representação da Câmara Americana de Comércio no Brasil, a AMCHAM Brasil, divulgado no dia 16 janeiro deste ano, quatro dias antes da posse de Donald Trump nos EUA. O relatório dizia, lá em janeiro, que “Brasil e EUA devem manter fluxo comercial relevante em 2025, com valores próximos aos picos da série histórica”.
Isso antes de Trump anunciar, nesta quarta-feira, 9, a tarifa única de importação de 50% sobre todo e qualquer produto brasileiro.
Isso antes de Eduardo Bolsonaro se mudar para o Texas para conspirar contra o Brasil com ajuda de um neto de João Batista Figueiredo radicado na Flórida e com financiamento do seu pai réu por tentativa golpe de Estado. Um pai-réu que chegou a presidente financiado, por seu turno, pelas classes possuidoras, como o Veio da Havan, encarnação do patriotismo charlatão que grassa nos Bolsonaro e no bolsonarismo, vestindo-se de verde e amarelo para sair pelo Brasil instalando réplicas da Estátua da Liberdade.
Do recorde de US$ 40,3 bilhões em exportações brasileiras para os EUA em 2024, que poderia se repetir em 2025, 63% saíram dos estados do Rio de Janeiro, do bolsonarista Claudio Castro; de Minas Gerais, do bolsonarista Romeu Zema; e de São Paulo, do bolsonarista “moderado” que veste o boné de Trump. Todos eles financiados em suas campanhas pela turma da bufunfa deste Estado que não é nação.
Habemus “agro”, habemus aço, habemus a matéria prima com a qual os EUA fabricam papel higiênico e habemus um arremedo de burguesia que até poderia, quem sabe, debutar, não fosse, grosso modo, tudo bolsonarista prestando-se aos mais imundos papéis, com suas mansões em Fisher Island com vista para o mar e sua visão pequena, tacanha, mesquinha do Brasil.