Morrer de fome em Gaza com um moletom da Minnie Mouse
Matar crianças como política de Estado, cortar um povo pela raiz? Pode. Admitir isso em público? Falar isso abertamente? Aí não pode, não. Fica feio demais. É um horror.

“Estas são as mais recentes crianças vítimas do genocídio de Israel em Gaza”, diz um vídeo da Al Jazeera publicado nesta domingo, 25.
Yaqeen Hammad, 11 anos, era bastante conhecida por seus vídeos que eram verdadeiras injeções de ânimo para o povo palestino em meio ao massacre. Ela foi morta no fim de semana num bombardeio do “direito de defesa” de Israel. Mohammed Yassine morreu de fome usando um moletom da Minnie Mouse, aos quatro anos de idade. Os irmãos Mohammed e Ahmad foram mortos em um ataque de Israel enquanto estavam na rua procurando um pedaço de pão. Um ataque em Khan Yunis matou nove crianças palestinas em um só lance de “autodefesa”, a mais velha tinha 11 anos e a mais nova, nascida durante a “guerra”, tinha sete meses de idade.
“Estas são as mais recentes crianças vítimas do genocídio de Israel em Gaza”, diz o vídeo da All Jazeera publicado neste domingo.
Não são mais.
Na manhã desta segunda, 26, a Al Jazeera e outros tantos veículos da mídia internacional reportam que um ataque de Israel contra uma escola transformada em abrigo na Cidade de Gaza matou mais de 30 pessoas, a maioria crianças. Mais 18 crianças palestinas assassinadas, precisamente.
Na média do genocídio, Israel mata 30 crianças por dia na Faixa de Gaza desde outubro de 2023. Desde outubro de 2023, Israel mata uma criança em Gaza a cada 45 minutos. Como tergiversar sobre isso? Como tentar dourar a pílula?

Na noite deste domingo, num programa da GloboNews, uma repórter, informando ao vivo, de Paris, o número de mortos em Gaza desde outubro de 2023, disse assim: “53 mil mortos, incluindo crianças”.
Como se fossem algumas.
A repórter poderia ter dado o número de crianças mortas por Israel na Faixa de Gaza em quase 600 dias de carnificina: já são quase 18 mil crianças assassinadas, sem contar as “presumivelmente mortas” que estão sob os escombros, fora as feridas, sem incluir as traumatizadas, que são todas as sobreviventes.
Enquanto isso, exemplares do “sionismo democrático”, do “sionismo humanista”, finalmente saem da toca para condenar a declaração do ex-deputado israelense Moshe Feiglin, dada ao vivo numa TV de Israel, de que “não pode sobrar uma única criança palestina”.
Matar crianças como política de Estado, cortar um povo pela raiz? Vamos tergiversar mais um pouco sobre isso, vamos dourar a pílula do genocídio. Mas dizer isso assim, em público, aí não pode, não. Fica feio demais. É um horror…
Cruzes
Monstros!