O 'filho moderado' e o programa nuclear da República de Rio das Pedras
E quando um senador da República diz ao vivo na TV, para o país inteiro, o mesmo que um cobrador da milícia diz a moradores e comerciantes da Baixada de Jacarepaguá?
Poucos meses atrás, em abril, a Polícia Civil e a Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro fizeram uma operação na comunidade de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio, contra uma nova estratégia de extorsão da máfia carioca, vulgo milícia: a instalação de portões em vias públicas para cobrança pela entrega das chaves aos moradores.
Lá em Rio das Pedras, onde os Bolsonaro esconderam Fabrício Queiroz. Em Rio das Pedras, onde, segundo uma investigação do Ministério Público do Rio, Flávio Bolsonaro lucrou com prédios da milícia construídos com dinheiro da rachadinha de Flávio na Alerj. O esquema criminoso envolvia Fabrício Queiroz e assassinos de aluguel do “Escritório do Crime”.
Pois agora Rio das Pedras, em fechamento com Mar-a-Lago, volta a instalar portão para vender a chave, mas agora em outra escala de empreendimento.
Após um dos membros da Orcrim, deputado federal, conseguir mobilizar a maior potência do planeta contra seu próprio país, outro, seu irmão senador, vem usando a mídia oligárquica para tinir e retinir os termos da chantagem: se o Congresso Nacional aprovar ou pelo menos pautar a anistia a seu pai até 1º de agosto, Donald Trump poderá voltar atrás no tarifaço.
Trata-se de um senador brasileiro dizendo ao vivo na TV, para o Brasil inteiro, o mesmo que um cobrador da milícia diz a moradores e comerciantes da Baixada de Jacarepaguá: “pague, e pague rápido, ou sofra as consequências”.
Ou, na alegoria da qual Flavio Bolsonaro fez questão de lançar mão, duas semanas depois de pregar numa entrevista o “uso da força” contra o STF: se o Brasil não quiser ser alvo de duas bombas atômicas, precisa se render logo a quem tem os códigos de lançamento.
E seguem soltos, o capo e seus filhos, inclusive o “filho moderado”, que agora parece acumular com o cargo de Senador da República o de porta-voz do programa nuclear da República de Rio das Pedras.
Muito bom. Se tivéssemos jornalistas como vc na grande imprensa o Brasil seria uma verdadeira nação, com soberania e igualdade. Está mais do que na hora de esse meliantes serem presos e apodrecerem na cadeia. E o Bolsonaro precisa responder pelas 700 mil mortes durante a Covid.
Tô achando o Supremo muito condescendente com a família Bolsonaro, Hugo. Eu fiquei horrorizado com o vídeo em que Flávio fala na segunda bomba atômica que Trump vai lançar contra o Brasil, sem falar nas recentes participações dele na GloboNews defendendo abertamente a chantagem do presidente norte-americano. Por que o STF e a PGR não fizeram nada contra Flávio e Eduardo? Estão esperando o quê?