Para desgosto dos fãs de sequestradores, torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres
E para os deserdados do Oscar, de Cannes, Veneza, Berlinale, do Globo de Ouro, para os desgostosos, estão abertas as inscrições para um "festival de cinema" realizado com apoio do Clube Militar.
A extrema-direita verde-amarela tem horror a “Ainda estou aqui” porque o filme é um sucesso ao retratar os horrores da ditadura empresarial-militar que sequestrou, torturou, matou e ocultou o cadáver de Rubens Paiva e tantos outros brasileiros.
Meses atrás, quando “Ainda estou aqui” lotava salas de cinemas Brasil afora, o bolsofascismo chegou a tartamudear um boicote ao filme.
Nesta quinta-feira, 23, “Ainda estou aqui” foi indicado a três categorias do Oscar 2025: Melhor Atriz (Fernanda Torres), Filme Internacional e Melhor Filme, para desgosto dos adoradores de sequestradores, torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres - do bolsofascismo, afinal.
Como disse o presidente Lula nas redes sociais na tarde desta terça, “nunca antes na história o Brasil teve uma indicação de melhor filme ao Oscar”.
Bem melhor do que há cinco anos: em janeiro de 2020, o Secretário Especial da Cultura do governo Bolsonaro, Roberto Alvim, publicava nas redes sociais um vídeo no qual ele aparecia fantasiado de Goebbels e imitando um discurso do ministro da propaganda do Terceiro Reich: “a arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional, ou então não será nada”.
Apesar de Hollywood ser, como se sabe, infestada de comunistas gayzistas taxadores de Pix, bem que o bolsofascismo veria Jesus, Maria e José na goiabeira se alguma produção original Brasil Paralelo fosse indicada ao Oscar de Melhor Documentário, em vez do belga “Trilha sonora para um golpe de Estado”.
Aliás, há uma semana, no dia 16 de janeiro, a Brasil Paralelo lançou seu primeiro “filme de drama”. Chama-se “Oficina do Diabo” e é sobre um demônio chamado Fausto querendo devorar a alma de um jovem chamado Pedro que “é um bom garoto, só está um pouco perdido” no Brasil dos anos 1960. Ouvi um amém para o Framboesa de Ouro?
Já o filmete que a Marinha postou em dezembro, aquela manifestação política ilegal contra a inclusão dos militares no corte de gastos - “Privilégios?” -, esse sim merecia ser indicado a algum Oscar de Melhor Curta de Aberração.
Mas, para os deserdados do Oscar, de Cannes, Veneza, Berlinale, do Globo de Ouro, para estes, estão abertas as inscrições para a sétima edição do Festival de Cinema de História Militar (Militum), que acontecerá em setembro próximo no Rio de Janeiro.
O Militum é organizado por uma produtora chamada Pátria Filmes em parceria com o Instituto de Geografia e História Militar do Brasil, a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército e a Diretoria do Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha.
O Militum tem como objetivo “proporcionar o debate, a discussão, o aprendizado e a difusão do conhecimento sobre a história militar brasileira”. No Militum, realizado com apoio do Clube Militar, a história militar brasileira não tem sequestradores, torturadores, assassinos e ocultadores de cadáveres.