Veja bem quem pede de volta o passaporte do papai
Trata-se de deputado federal com histórico de dar fuga e buscar asilo político fake para criminosos brasileiros no exterior.
Meses atrás, Alexandre de Moraes mandou pôr na prisão vários “patriotas” condenados pelo 8/1 que cumpriam medidas cautelares em liberdade. O motivo da volta à cana foi a detecção de risco iminente de fuga do Brasil.
Nenhum dos “patriotas” presos por “fundado receio de fuga” tinha, por exemplo, passado o carnaval na embaixada da Hungria. Nem consta que algum deles tenha um filho deputado com histórico de dar fuga e buscar asilo político fake para criminosos brasileiros no exterior.
Em 2020, Eduardo Bolsonaro ajudou o blogueiro Allan dos Santos a dar no pé para os EUA quando fechava-se o cerco ao evasor no âmbito do inquérito das fakes news. Cinco anos antes, em 2015, no âmbito da Lava Jato, o então líder do governo Dilma no Senado, Delcídio Amaral, tinha sido preso por oferecer a Nestor Cerveró uma rota de fuga para a Espanha, via Paraguai.
Kid Bananinha seguiu livre para voltar à carga. No ano passado, ele foi a Buenos Aires para tentar costurar, junto ao governo Javier Milei, asilo político para dezenas de terroristas do 8/1 que, depois de arrebentarem a Praça dos Três Poderes, arrebentaram suas tornozeleiras eletrônicas e meteram o pé para a Argentina.
Agora mesmo, na semana passada, no momento em que Eduardo confabulava com um governo estrangeiro - de Israel - para pressionar a Justiça brasileira a arquivar uma investigação contra um sádico matador de palestinos que passava férias na Bahia - um criminoso de guerra -, o soldado de Netanyahu foi escapulido do país de forma “rápida e segura”, com destino à Argentina também.
O ministro de Assuntos da Diáspora de Israel, Amichai Chikli, agradeceu a Eduardo e a Jair Bolsonaro pelos “esforços em prol dos soldados israelenses”.
“Agradeço a meu filho, o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, pelo excelente trabalho nesta relação com a família do Presidente Donald J. Trump”, disse Bolsonaro agora também, na última quarta-feira, 8, aniversário do 8/1, ao anunciar que tinha sido convidado para a posse de Trump, marcada para o dia 20 de janeiro, em Washington.
O anúncio, feito na conta de Bolsonaro no X, foi acompanhado de um vídeo de Eduardo no qual o melhor amigo de foragidos diz que Bolsonaro é vítima de “ativismo judicial nojento, repugnante, baixo e sem escrúpulos”, antes de exortar Moraes a devolver o passaporte do pai para que ele possa comparecer à volta de Trump à presidência dos EUA.
“Da maior potência bélica do mundo”, ressaltou Eduardo no vídeo, sinalizando uma escalada a estágio superior, por assim dizer, da sua sanha por obstrução da Justiça posta em marcha nos últimos anos valendo-se de seu cargo público eletivo e em conluio com governos estrangeiros.
Mesmo com todo esse histórico - com o episódio da maloca húngara, com tudo -, Moraes, tendo em mãos a solicitação formal para Bolsonaro viajar para Washington, em vez de rechaçá-la de bate-pronto, pediu esclarecimentos sobre o convite, “comprovação probatória” de que ele existe de fato, para então encaminhar o pedido de viagem para posicionamento da Procuradoria Geral da República.
Trata-se apenas, assim espera-se, de Moraes cumprindo formalidades, a fim de não dar margem para que apareça algum Glenn Greenwald ou qualquer outro notório trumpista defensor da “liberdade” acusando-o de agir “fora do rito”.
Bom dia.
Se for o convite que vi no youtoba, veio errado, considerando que o sr bolsona não é mais presidente.