Passando o resumo da semana e passando o chapéu que não é o de penacho
Fortaleça a imprensa democrática. Apoie o jornalismo de fato independente. Venha junto romper o ronrom da mídia corporativa e indicar com precisão, sem vacilação, os traços do rosto do inimigo.
Na última segunda-feira, no Come Ananás, abrimos a semana decisiva para a história do Brasil cotejando a cena lamentável de dezenas de milhares de brasileiros pedindo anistia para golpistas na Avenida Paulista debaixo de uma enorme, gigantesca bandeira dos EUA com a imagem histórica de uma multidão eufórica se protegendo da chuva em Brasília debaixo de uma enorme, gigantesca bandeira do Brasil no dia da eleição de Tancredo Neves no colégio eleitoral, há 40 anos, em 1985.
No artigo “Dois bandeirões”, notamos:
“Quarenta anos depois de o maior símbolo cívico do país ter sido grande o suficiente para abrigar quem o procurou ao fim do ciclo autoritário, neste 7 de Setembro, na Paulista, a bandeira do inimigo, posto que enorme, gigantesca, foi pequena para tanto traidor da Pátria”.
Na quarta-feira, fizemos uma cronologia das últimas movimentações do Comando Sul dos EUA na América Central, Caribe e América do Sul, na matéria “O julgamento dos golpistas e o ‘Departamento de Guerra’”. Movimentos aparentemente “apenas” contra a Venezuela de Nicolás Maduro, mas isso até a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, referindo-se ao julgamento de Jair Bolsonaro, dizer alto e claro que Trump não hesitará em usar “poder econômico e militar” para “proteger a liberdade de expressão ao redor do mundo”.
Ainda na quarta, publicamos a matéria mais lida da trajetória do Come Ananás até aqui: “Anda concorrido, o Rubicão”, sobre o voto “divergente” de Luis Fux no julgamento dos golpistas.
“Os otimistas dizem que essa ‘divergência’ entre Fux e Moraes prova diante do mundo que Bolsonaro enfrenta um julgamento aberto ao contraditório. Os pessimistas, ou apenas realistas, como Rui Tavares na Folha, alertam que as ‘patologias históricas que afetam as democracias’ nem sempre vêm de chapéu com penacho”, pontuamos na matéria.
E pontuamos mais:
“Às vezes, dizemos nós, vêm com outras coisas que se põem sobre a calvície.”
Os dois últimos parágrafos da matéria são o seu índice:
“Além de não-sancionado pelos EUA, Luiz Fux é faixa vermelha e branca em jiu-jitsu. Vermelha, branca, vermelha, branca, vermelha, branca, 50 estrelas em fundo azul conducentes à morte. Porque o que se leva dessa vida, coração, is the love and the vote we have to give.”
“Só faltou mesmo o boné vermelho, porque a linha vermelha Luiz Fux atravessou, juntando-se, por exemplo, a Tarcísio de Freitas. O cordão dos traidores da pátria cada vez aumenta mais. Estejamos atentos, fortes: já tem gente demais atravessando o Rubicão.”
Na quinta-feira, dia seguinte a In fux We Trust, publicamos o artigo “Carmen Lúcia, Dino, Moraes e Zanin como a cauda de um cometa”.
“A humilhação do traidor da Pátria veio pelos votos-diálogos de Carmen Lucia e Zanin com seus pares de verdade. É como se dissessem a Fux, com a ironia de Flávio Dino: ‘MAGA como um dia após o outro’”, dissemos no artigo.
E dissemos mais também:
“São fenômenos raros, tipo a cauda de um cometa no céu, mas nesta quinta-feira, 11, o Brasil vai dormir sob o céu de setembro com golpistas condenados e orgulhoso, muito orgulhoso do seu Supremo Tribunal Federal.”
Neste sábado, publicamos o precioso artigo de Sylvia Mortezsohn intitulado “Não os deixaremos destruir o país”. Qual país? Diz a Sylvia no artigo:
“O caso português não difere muito do brasileiro no que diz respeito à responsabilidade da mídia na amplificação das ações desses políticos, já fartamente assinalada em reportagens e estudos acadêmicos e denunciada por políticos do campo democrático. A tática é sempre a mesma: causar tumulto e falar barbaridades para chamar a atenção e virar notícia, contando com o critério que elege o escândalo, a agressividade e a ofensa como forma de atrair audiência, independentemente das consequências políticas que possa produzir. Ou, pelo contrário, visando exatamente essas consequências, sob o argumento de que é preciso dar voz a todos.”
Fortaleça a imprensa democrática brasileira. Apoie o jornalismo de fato independente. Venha junto romper o ronrom da mídia corporativa e indicar com precisão, sem vacilação, os traços do rosto do inimigo da democracia. Inscreva-se em Come Ananás para receber nossas matérias por e-mail, escolha uma assinatura paga em apoio ao nosso trabalho.
Você também pode fazer uma doação avulsa para o Come Ananás, de qualquer valor, com cartão de crédito ou Pix. Toda contribuição é importante.
A democracia agradece.